segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Quando a música acabar, apague as luzes!!!!

Existem dois tipos básicos de artistas: os que trabalham sós e os que agem em equipes, ou seja, conjuntos, orquestras, grupos, trios, duplas, etc. Em algumas dessas equipes, algum integrante a caba se destacando e até chega a ser confundido com um artista solo, ou seja, que trabalha sozinho. quando se fala no grupo The Doors, geralmente a primeira coisa que vem à cabeça é.... Jim Morrison, o vocalista do grupo. A própria gravadora não ajuda muito, quase sempre colocando Jimbo em grande destaque, ou até mesmo sozinho, na capa dos discos do grupo. Por isso, nunca é demais lembrar: os Doors eram um grupo que, além de Morrison, incluia Ray Manzarek nos teclados, Robbie Krieger na guitarra e John Densmore à bateria.

The Doors, mais do que uma das mais famosas e influentes bandas de Rock, é também o sinônimo de um "tipo" ou estilo de artista ou grupo. Senão, vejamos e ouçamos: Chuck Berry é o protótipo de guitarrista de rock; Elvis Presley é o arquétipo do cantor instintivo e carismático; os Beatles popularizaram aquele estilo de conjunto onde todo mundo canta e toca direitinho; os Rolling Stones são os reis do estilo oposto, o mais desarrumado possível, onde cada integrante parece ter sido catado em uma rua diferenteo Who é o exemplo mais bem acado do heavy-metal bem machão e exibicionista; os Beach Boys tornaram-se sinônimo de grupo vocal por excelência... Pois bem: que banda nos vem à cabeça quando pensamos em um vocalista carismático e porralouca, movido a poesia existencialista européia misturada com aditivos etílicos e outros diversos, acampanhado por um grupo sem contrabaixista, onde o tecladista segura a harmonia e a pulsação?



Para cada The End, The Unknow Soldier ou When the Music's Over, os Doors apresentavam alternativas comerciais ou dançantes como Hello I Love You, Touch Me ou Light My Fire.
Bem resumiu Lillian Roxon, uma das primeiras grandes estudiosas do rock: "Uma coisa é lamber os lábios e se esforçar e fazer esgares desdenhosos para uma salinha de conhecedores; outra coisa é fazer sua parte, cada nuance, nem se preocupando em mudar a ordem de cada gesto, perante cinco mil menininhas que nao param de gritar!"

Morrison / Doors venderam muito mais discos depois de falecidos. A Rolling Stone publicou, em setembro de 1981, uma reportagemn de capa sobre os dez anos da morte de Morrison com o título: "He's hot, He's sexy and He's dead!!! Morrison nao passou da marca dos 27 anos. Ele até foi chamado de um dos "Três Js" vítima dos excessos da vida de roqueiro, ao lado de Janos Joplin e Jimmy Hendrix.

O ambiente socio-politico-moral-espiritual da segunda metade dos anos 60 colaborou para que muita gente reavaliasse Morrison e os Doors como os maiores porta-vozes do apocalipse e do negativismo. Apesar de toda a falação sobre paz e amor, o mundo estava entrando em uma fase de negativismo que foi crescendo e dura até hoje.

O Doors abriu a portas (desculpem-me pelo trocadilho) do negativismo para as letras poéticas na cena rock mundial!!!






Quando a música terminar, apague as luzes!!!!

0 comenta ai porra:

 
©2007 Rock dos lokos Por Cláudio Farinazzo