quinta-feira, 14 de agosto de 2008

“Quando o Pop vira Metal... e vice-versa”
















Uma das coisas mais chocantes para um fã radical de Rock e Heavy Metal é descobrir que seus ídolos apreciam e escutam outros estilos musicais, inclusive o chamado Pop comercial radiofônico. E isso pode acontecer da pior maneira possível: com a gravação de um ‘cover’ no disco oficial ou em algum EP.

Afinal, bandas de Metal gravarem músicas de outros grupos do gênero acontece com bastante freqüência e todos encaram isso com bastante naturalidade. Quando, por exemplo, o Metallica toca “Am I Evil?” do Diamond Head ou Paradise Lost grava “Walk Away”, do Sisters Of Mercy, tudo é muito coerente. E essa lista é longa, muito longa.

Mas o mais divertido é sempre o inusitado. E nesse caso, versões metálicas de sucessos Pop costumam ser as melhores (ou piores, dependendo do seu ponto de vista). Algumas versões são bem debochadas como “Oops...I Did It Again”, de Britney Spears, interpretada pelos finlandeses do Children Of Bodom. Nesse quesito destaco o Hair Supply, já falecido projeto que transforma as canções românticas do Air Supply em hinos do Hard Rock. Hoje esse mesmo pessoal se dedica a tocar versões pesadas do Bee Gees no grupo chamado Tragedy. Falando nos irmãos Gibb, até Ozzy Osbourne já fez seu ‘cover’ para “Staying Alive”.

Outras versões divertidas são as do Alien Ant Farm para “Smooth Criminal” (Michael Jackson) e as inacreditáveis “Losing My Religion” do R.E.M., que ganhou uma roupagem Death/Black Metal do Graveworm, “Light My Fire”, do The Doors, tocada pelo Amorphis e “These Boots Are Made For Walking”, de Nancy Sinatra, executada pelo Megadeth no melhor estilo Speed Metal da época do álbum “Killing Is My Busines...”.

Mas para rir de verdade, procure por Ten Masked Man. Trata-se de um grupo britânico de Death Metal que é especialista em coverizar medalhões do Pop como Christina Aguilera, Ricky Martin e George Michael, só para citar alguns. Esse último, aliás, ganhou uma versão bem bonitinha de “Careless Whisper” feita pelo Delight.

Artistas conterrâneos também costumam se homenagear, independentemente do estilo. O ABBA, por exemplo, ganhou interpretações de Yngwie Malmsteen (“Gimme Gimme Gimme”) e do Therion (“Summernight City”), ficando tudo em família na Suécia. Aqui no Brasil, o Sepultura deixou “Polícia” dos Titãs realmente pesada enquanto que o Viper tocava “Não Quero Dinheiro”, do Tim Maia, ao vivo só para descontrair. E já que estamos falando dos brasileiros, não podemos esquecer a bela versão do Angra para “Wuthering Heights” , da Kate Bush.

Mas tem gente que leva o cover a sério. Jeff Scot Soto, por exemplo, interpreta de forma magistral “Crazy”, do Seal, e “Frozen”, da Madonna. O Blind Guardian também se saiu bem com “Spread Your Wings”, do Queen, e o Atrocity com “Shout”, do Tears For Fears. Outras que merecem entrar na lista são “It’s A Sin” (Pet Shop Boys), tocada pelo Gamma Ray, “Somebody To Love” (Jefferson Airplane) com o WASP, “Wicked Game” (Chris Isaak) com o HIM e o clássico “Maniac” (Michael Sembello), trilha do filme Flashdance, com o Firewind.

É curioso notar, porém, que o contrário raramente acontece. São poucas as músicas de Metal que ganham outra roupagem, além é claro das versões em forró de músicas do Angra, Scorpions e outras, que tocam nas rádios por aí. Vale destacar, portanto, a interpretação da cantora e pianista Tori Amos para Raining Blood, do Slayer, ainda que irreconhecível, pois ela só usou mesmo a letra da música original.

E para finalizar, o magnífico Richard Cheese, que transforma tudo, absolutamente tudo, em um standart (daqueles tipo ‘big bands’), desde os próprios artistas Pop até bandas como Metallica, Papa Roach, System of a Down e Guns n’ Roses. Só com vocal, piano, baixo e bateria. Imperdível. Isso prova que a interação entre o Metal e os estilos é possível, nem que seja só por diversão.

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©2007 Rock dos lokos Por Cláudio Farinazzo